Transformai-vos
“Renovar a mente é conhecer coisas novas, que não se descobre pela razão, mas pelo Espírito”, afirma Daniel Lopez.
Infelizmente, existem, hoje em dia, muitos cristãos robôs. Esses cristãos não incomodam as trevas. Pelo contrário, as trevas adoram cristãos robôs. Adoram de tal maneira que até mesmo instituições satânicas patrocinam certas igrejas. Porque tais igrejas produzem pessoas obedientes, responsáveis, corretas, mas que não incomodam o inferno.
O interessante é que a palavra robô, cunhada pelo escritor checo Karel Capek (Tiapek), vem do termorobotnik, que significa “escravo”, relacionada a robota, “trabalhador forçado”. Ou seja, o cristão robô é, na verdade, um escravo do pecado, assim como os fariseus. Ele tem aparência de cristão, conversa de cristão, se veste como cristão, mas, por dentro, é um sepulcro caiado. Veja a conversa que Jesus teve com homens que, apesar da aparência de homens de Deus, eram, na verdade, robôs (João 8.31-34):
“Então Jesus disse para os que creram nele: Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. Eles responderam: — Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como é que você diz que ficaremos livres? Jesus disse a eles: — Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem peca é escravo do pecado”.
Estes são os robôs por excelência. São escravos do pecado, fariseus, mas acreditam que estão servindo ao Senhor. Estes são teleguiados pela mídia, pelo mundo, e pelo príncipe deste mundo. Jesus, porém, disse: “Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo e nada tem em mim” (João 14.30). O cristão robô é conformado com o mundo, ele se amolda ao mundo, e não transforma o mundo. Um amigo meu costuma dizer: “Eu vim para mudar o mundo. Mas o mundo é que me mudou!”. Quem de vocês aqui quer realmente transformar o mundo? Então, primeiro, transforme-se a si mesmo!
Alguém pode perguntar: Como posso fazer para transformar a mim mesmo? Romanos 12.2 nos dá a resposta: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
Há outra versão ainda mais interessante: “Não se amoldem às estruturas deste mundo, mas transformem-se pela renovação da mente, a fim de distinguir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que é agradável a ele, o que é perfeito”. Este versículo é muito profundo. Vamos analisá-lo com calma. Neste versículo, Paulo faz a distinção entre dois sistemas, entre dois mundos, o ‘Olam Ha’zeh (“este mundo”) e o ‘Olam Ha bah (“o mundo vindouro”).
Observe que a palavra “mundo” (em grego aion) fala sobre o sistema estabelecido, em João 14.30, quando Jesus fala sobre o “príncipe deste mundo” (kosmos). Há vários versículos bíblicos que se referem a este mundo a àquele que o governa:
João 12.31: “Agora, é o juízo deste mundo; agora, será expulso o príncipe deste mundo”.
João 14.30: “Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo e nada tem em mim”.
João 16.11: “E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado”.
Efésios 2.2: “[...] em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência”.
A palavra “conformar” é suschematizo, fruto da união de sun (“união”, como em “sincronia”) comschema (“modo” ou “circunstância”).
Ou seja, Paulo está nos alertando para que estejamos unidos ao esquema do mundo. Qual é o esquema do mundo? É roubar, matar e destruir” (João 10.10).
A palavra “mundo” ou “século” é aion, que se refere a uma era, a uma fase da história humana. Em latim, a palavra é saeculo, que nos remete à frase “annuit coeptis novus ordo seclorum” (Ano de início da nova ordem mundial). Ou seja, esse sistema que governa o mundo está querendo estabelecer definitivamente seu sistema naquilo que é chamado de “Nova Ordem Mundial” (novus ordo seclorum).
Há declaradamente uma briga entre dois sistemas: aquele que veio para “roubar, matar e destruir” e aquele que veio para trazer “vida em abundância” (João 10.10).
Em grego, a expressão “transformai-vos” é metamorphousthe. Ou seja, Paulo nos convida a uma verdadeira metamorfose, mudar a forma, algo que é necessário, pois todos nós devemos passar pelo novo nascimento. “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do espírito e espírito. Aquele que não nascer da água e do espírito não herdará o reino de Deus” (João 3).
A palavra “renovação” (anakainôsei) é curiosa. É fruto de ana (“acima”) e kainós (“novo”). Ou seja, é algo novo que vem do alto. Nós vemos esse “algo novo que desce do alto” nos versículos “descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do altíssimo te envolverá” (Lucas 1.35) e “O Espírito Santo desceu sobre ele como uma pomba” (Lucas 3.22). Essa renovação só pode ser realizada pelo Espírito Santo. Pedro recebeu esta transformação em Mateus 16: “Não foi nem carne nem sangue quem te revelou isso, mas meu pai que está nos céus”.
O termo “mente” (nous) está relacionado a ginosko, que significa “conhecer”. Ou seja, renovar a mente é conhecer coisas novas, que não se descobre pela razão, mas pelo Espírito. É um tipo de conhecimento que procede do Espírito.
Busque esse conhecimento que vem do alto e sua vida será completamente transformada.
Fotos: Internet
Daniel Lopez
fonte:lagoinha.com
- 0
- Escrito por