O crente fiel prosperará
Estamos testemunhando nestes dias, um verdadeiro bombardeio de denúncias contra a igreja Universal do Reino de Deus. Não quero entrar no mérito se estas denúncias são atuais ou ultrapassadas e se o pano de fundo das “novas” denúncias tem há ver com a guerra de audiência entre a rede Globo e rede Record de televisão. Certo é que o ministério público promoveu estas denúncias contra a igreja Universal, e elas estão aí para serem apuradas.
Sabemos que é prática da igreja Universal quando tudo está bem, desvincular-se do rótulo de evangélica, porém faz questão de mostrar que é, quando, em apuros, nos convida a entramos nesta guerra, dizendo que esta luta é de todos nós evangélicos, e que atingindo a igreja Universal se estaria atingindo todo o movimento evangélico brasileiro.
Bem, há vários aspectos que poderiam ser realçados sobre este assunto, mas eu quero me prender a dois deles. Primeiro o aspecto do escândalo, que não somente a igreja Universal, mas todos nós lideres e membros da comunidade evangélica, precisamos tomar o máximo de cuidado. Segundo é o fato de que pessoas fiéis a Deus contribuíram e contribuem na igreja Universal e em nossas igrejas, e estas pessoas não podem perder o crédito, dado pela própria palavra de Deus, em ofertar na obra do Senhor.
Jesus disse que os escândalos viriam, e até seria necessário que eles viessem, para agirem como um fator depurador no reino de Deus, provando assim, quem está com o Senhor verdadeiramente ou quem baseia sua fé em homens ou instituições que são falhas. Mas o próprio Senhor Jesus disse, que aí por meio de quem vier o escândalo, teria sido melhor que o mesmo nunca tivesse nascido, pois por causa dele os mais fracos na fé se desviam.
Quando a cúpula da igreja Universal resolve usar o dinheiro da igreja para compra um canal de televisão, espera-se que este canal seja usado para a glória de Deus. Não sou ignorante, contudo, em negar a importância do aspecto comercial de um empreendimento como este, e que o mesmo não pode ser dirigido a penas ao público evangélico, mas a sociedade de uma forma geral. Agora, o que a cúpula da igreja resolveu fazer, foi criar uma disputa puramente pragmática com a rede Globo de televisão. Pragmática, pois não se levaram em conta os meios usados para se chegar a esta disputa, e sim os resultados, como se os fins justificassem os meios.
Não, o povo de Deus não pode ser regido pela ganância do poder, seja ele qual for. Temos padrões éticos inegociáveis. Temos a palavra de Deus como regra não somente de fé, mas também de prática. O que eu percebo é que a cúpula da igreja Universal se perdeu numa corrida louca por audiência, e deixou de lado os limites da ética cristã.
Não estou dizendo isso pelo fato da Igreja Universal não permitir que outras igrejas e pastores ocupem o seu canal de televisão, pois é um direito que lhes assiste ser “exclusivistas” concernentes a isso. Não me refiro também o fato dela pagar o dobro do valor em outros canais de televisão, para ter aquele horário, mesmo que este esteja sendo ocupado por uma outra igreja ou pastor, usando para isso todo seu poder econômico.
Apesar de achar isso lamentável, e ver isso com profunda tristeza, partindo de um grupo que chamamos de irmão. Eu faço esta observação, da falta de limites éticos, é pela programação da rede Record, tão ou mais baixa que a baixeza da rede Globo.
Ora com que dinheiro a rede Globo foi comprada? Não sei. Mas sei com que dinheiro se comprou a rede Record. E sei também qual discurso a igreja Universal usou para mover o coração dos fiéis para esta compra. Posso lhes afirmar, que foi mostrando a possibilidade da Igreja ter um canal para pregar a palavra de Deus, onde os valores da família seriam respeitados, e não para chegar ao nível mais baixo por causa de um poderio na comunicação, como se o reino de Deus fosse aqui.
E esta crítica eu estendo a todos os líderes da comunidade evangélica. Temos que pautar nossas tomadas de decisões ou negociações, pela ética da palavra de Deus, pois o próprio Senhor Jesus disse que se nossa justiça não for maior que a do “mundano”, de maneira nenhuma veríamos o reino de Deus. Tudo o que façamos ou levemos a igreja fazer deve ser, sempre para a glória de Deus.
O segundo ponto a ser pensado, é como fica o coração daquele que oferta, não só para a Igreja universal, mas para qualquer movimento que se diz evangélico, e descobre que o dinheiro que entregou, em forma de dízimo e oferta, não é usado a contento, ou seja, para a propagação do evangelho.
Mas eu louvo a Deus, pois tudo aquilo que se faz para o Senhor não ficará sem a resposta Dele. Por isso, posso afirmar que o que é dado ao Senhor, terá a provisão do Senhor. Nenhuma semeadura na obra de Deus ficará sem colheita. Deus é fiel. Ainda que alguém faça mau uso das ofertas do povo de Deus, a pessoa que foi fiel prosperará, pois deu para Deus, por isso não ficará sem resposta. E quem foi infiel a Deus na administração das ofertas dará conta ao dono desta obra, que não é do homem, mas do Senhor Deus.
Pense nisso esta semana.
Pastor Otoni de Paula Jr. e Pra. Silvania Calixto